sábado, 10 de abril de 2010

A inquisição e a minha pesquisa



Trechos de alguns textos colhidos num mundo da net para minha pesquisa sobre o Santo Oficio, se é que se pode ser chamado de santo...

Com relação às mulheres a Inquisição traduziu a força da doutrina religiosa, da tradição e do magistério da Igreja Católita, refletindo também um eficiente sistema de controle da sexualidade. O corpo é engendrado como símbolo de castidade e se vê imbricado num eficiente sistema de adestramento. São estabelecidos parâmetros de comportamento do que é certo e do que é errado, revelando um método de constituição da subjetividade.

A repressão religiosa estruturou um método para coibir a expressão dos desejos, que assumiram formas pré-concebidas. Na Idade Média, os aspectos referentes à carne e à penitência são sempre atravessados e homogeneizados por um discurso religioso. O livro “O martelo das feiticeiras”, o Malleus Maleficarum , escrito em 1484 pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger era o manual usado para torturar e matar os acusados de bruxaria, principalmente as mulheres. O livro ensinava técnicas cruéis de tortura que deviam ser aplicadas para se obter as confissões. Os inquisidores trataram como imundo e demoníaco o orgasmo feminino e consideravam que se a mulher tivesse orgasmo é porque tinha copulado com o demônio e, por isso, merecia morrer na fogueira.

As mulheres, que eram a maioria, comumente eram vítimas de estupro. Com exceção de Portugal e Espanha, onde os principais perseguidos eram cristãos novos e judeus, em quase toda a Europa a porcentagem de mulheres excedeu 75% dos casos.
Em algumas localidades, como o condado de Namur (atual Bélgica), elas responderam por 90% das acusações perante os tribunais da Inquisição.
Os padres ameaçavam suas penitentes no confessionário que, a menos que fizessem sexo com eles, seriam entregues ao Santo Ofício! Tão efetiva era essa ameaça que um sacerdote agonizante revelou em 1710 que "por essas persuasões diabólicas elas estavam ao nosso comando, sem medo de revelar o segredo." (pg 36, Master-Key to Popery, Padre Givens).

Portanto, se um sacerdote ameaçasse uma mulher dizendo que ele iria mentir sobre ela aos oficiais da "santa" Inquisição, ela sabia o tipo de tortura e morte que a esperava. O sacerdote poderia provavelmente delatar a mulher aos inquisidores como bruxa.

Os inquisidores tratavam as mulheres acusadas de bruxaria com especial deleite, júbilo e atenção, deixando-as nuas, apalpando-as, a pretexto de procurarem a terceira mama, prova da ligação com o demônio e as estuprando, como início das demais torturas.

CADEIRA DAS BRUXAS

O condenado era preso com os pés para cima e a cabeça para baixo em uma grande cadeira. Tal posição causava dores atrozes nas costas, desorientava e aterrorizava os condenados. Além disso, possibilitava a fácil imposição de uma quantidade enorme de tormentos. A essa tortura eram submetidas principalmente as mulheres acusadas de bruxaria. Foi usada entre 1500 e 1800 em quase todos os países da Europa. Depois da confissão, as bruxas eram queimadas em autos-de-fé público, e suas cinzas, atiradas nos rios ou no mar.

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Janaina Santtos

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